01 dezembro 2011

É proibido questionar. É proibido considerar-se capaz

Essa semana, diante de alguns fatos acontecidos, lembrei da famigerada Resenha que todo aluno deve entregar na disciplina Fundamentos da Educação em Saúde. Na oportunidade optei por Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa, de Paulo Freire.Confesso que por vezes acho o autor enfadonho, mas dessa vez fiquei preso às suas observações, particularmente por achar que suas idéias sobre saberes necessários à prática educativa chocavam-se com o que é praticado por muitos mestres e doutores, professores  no Campus Ceilândia da Universidade de Brasília. Agora, mais uma vez, me deparo com uma prática educacional que pouco se importa com a autonomia do educando, com ênfase especial à depreciação e minimização do aluno. Abaixo estão alguns trechos da resenha.
Atentando-me para a necessidade de autonomia defendida por Paulo Freire, causa-me estranheza, para não dizer surpresa. a leitura desse livro num ambiente universitário marcado justamente pelo contrário. Não porque o texto não seja apropriado, já que é muito, mas pela incoerência entre as idéias defendidas pelo autor e a prática docente presenciada na academia, pelo menos por boa parte dos educadores, se é que eles assim se considerem. Existe prática educacional no ambiente acadêmico? Por considerar que sim é que farei comparações entre o lido e o vivido. Não falo por todos os ambientes acadêmicos, mas sim desse onde estou inserido . 
O que dizer de um processo de autonomia do educando quando doutores e mestres do alto de suas arrogâncias pouco se importam com as dúvidas, inquietudes e discordâncias em relação aos seus dizeres? O que muitos desses professores desejam é que os alunos sejam meros reprodutores das informações transmitidas. É claro que existem ideias e pensamentos preponderantes em todas as disciplinas, mas não é esse o caso. O aluno deve abrir mão de posicionamentos e opiniões. A universidade parece ser adepta da educação “bancária”. Não há respeito pelas diferenças, ou melhor, há respeito pelas diferenças previamente aceitas por grupos de pensamento dominante.  
Para Paulo Freire, o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, transgride fundamentos éticos de nossa existência. Muito mais agradável é aquele educador que cria uma prática educacional horizontalizada e que está pronto para ouvir e se necessário corrigir. Que de fato assume-se como educador e propicia um ambiente favorável à autonomia. Por sorte também posso conviver com esses exemplos. 


Mas sou apenas um aluno do 5º semestre!!! Bem-vindo à realidade!

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