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05 março 2012

Mulheres - o perigo do infarto silencioso

A revista Veja da semana passada traz uma reportagem sobre uma pesquisa publicada na última edição do Jornal da Associação Médica Americana. Trata-se dos perigos do infarto silencioso no público feminino.  Abaixo estão alguns trechos da reportagem.
 - "O estudo é baseado no prontuário de quase 1,2 milhão de pacientes internados em 1.600 hospitais dos Estados Unidos, entre 1994 e 2006".
 - "Nas mulheres o infarto provoca um desconforto de baixa ou média intensidade, atingindo sobretudo as costas, o estômago e a mandíbula. Muito diferente dos sintomas clássicos do infarto em homens, que são a dor aguda no peito, com irradiação para um ou os dois braços e suor frio intenso."
 - Como os sinais podem ser camuflados, médicos e pacientes tendem a subestimar o problema.



Mulheres
Homens
Idade média do primeiro infarto
74 anos
67 anos
Incidência de sintomas do infarto silencioso
42%
30,7%
Taxa de mortalidade após internação
14,6%
10,3%


Fonte: Revista Veja


13 outubro 2011

Chuvas - Aumenta a preocupação com a dengue





1) O que é dengue?
A dengue é uma doença febril aguda. A pessoa pode adoecer quando o vírus da dengue penetra no organismo, pela picada de um mosquito infectado, o Aedes aegypti.

2) Quanto tempo depois de ser picado aparece a doença?
Se o mosquito estiver infectado, o período de incubação varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.

3) Quais são os sintomas da dengue?
Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, principalmente nas articulações, e dor de cabeça. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramento, mais comum nas gengivas.

4) O que devo fazer se aparecer alguns desses sintomas?
Buscar o serviço de saúde mais próximo.

5) Como é feito o tratamento da dengue?
Não há tratamento específico para o paciente com dengue clássico. O médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a Aspirina, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.
Já os pacientes com Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente piora. Em casos menos graves, quando os vômitos ameaçarem causar desidratação, a reidratação pode ser feita em nível ambulatorial. A FUNASA alerta que alguns dos sintomas da dengue só podem ser diagnosticados por um médico.

6) A pessoa que pegar dengue pode morrer?
A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, ela é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre risco de morte.

7) Quais os cuidados para não se pegar dengue?
Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências.

8) O que devo fazer para evitar o mosquito da dengue?
Para evitar o mosquito da dengue é preciso eliminar os focos do Aedes. A FUNASA preparou uma lista das medidas que as pessoas podem adotar para evitar que o Aedes se reproduza em sua casa.

9) Depois de termos dengue, podemos pegar novamente?
Sim, podemos, mas nunca do mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda poderá ser contaminada pelas outras três formas conhecidas do vírus da dengue.

10) Posso pegar dengue de uma pessoa doente?
Em hipótese alguma. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.

11) Quantos tipos de vírus da dengue existem?
São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4, sendo que no Brasil não existe circulação do tipo 4.

12) Existe vacina contra a dengue?
Ainda não, mas a comunidade científica internacional e brasileira está trabalhando firme neste propósito. Estimativas indicam que deveremos ter um imunizante contra a dengue em cinco anos. A vacina contra a dengue é mais complexa que as demais. A dengue, com quatro vírus identificados até o momento, é um desafio para os pesquisadores. Será necessário fazer uma combinação de todos os vírus para que se obtenha um imunizante realmente eficaz contra a doença.

13) Por que essa doença ocorre no Brasil?
É um sério problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países tropicais como o nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado a características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mais de 100 países em todos os continentes registram a presença do mosquito e casos da doença.

14) O Brasil está com uma epidemia de dengue?
O Brasil registrou um grande número de casos de dengue no verão 2001/2002. Mas a situação de "epidemia" só se caracterizou no estado do Rio de Janeiro. Outros estados, como Pernambuco e Mato Grosso do Sul, por exemplo, experimentaram um considerável aumento no número de casos, sem caracterizar epidemia.

15) O inseticida aplicado para matar o mosquito de dengue funciona mesmo? E o fumacê?
Sim, os produtos funcionam. Tanto os larvicidas quanto os inseticidas distribuídos aos estados e municípios pela FUNASA têm eficácia comprovada.
Os larvicidas servem para matar as larvas do Aedes. São aqueles produtos em pó, ou granulado, que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d’água, ou seja, naqueles lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.
Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas do fumacê, que matam os insetos adultos enquanto estão voando, pela manhã e à tarde, porque o Aedes tem hábitos diurnos. O fumacê não é aplicado indiscriminadamente, somente quando há alta infestação do Aedes aegypti, ou seja, quando tem muito mosquito da dengue em determinada região da cidade. Desse modo, o fumacê pode ser considerado um recurso extremo, porque é utilizado num momento de alta infestação do mosquito, quando as ações preventivas de combate à dengue falharam ou não foram adotadas.
Algumas vezes, os mosquitos e larvas desenvolvem resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é imediatamente substituído por outro.

16) O mosquito da dengue pode ser erradicado?
O Aedes aegypti foi considerado erradicado no Brasil em duas ocasiões, nas décadas de 50 e de 70. Mas este resultado não foi obtido em outros países do continente americano, como os Estados Unidos, Venezuela e as ilhas do Caribe, mantendo o Brasil sob permanente risco de reinfestação. Nos anos de 1986/87 ocorreu um grande surto de dengue no Brasil, o primeiro a cruzar as divisas estaduais, atingindo principalmente as populações de Alagoas, Ceará e Rio de Janeiro. O crescimento da indústria de embalagens descartáveis e a expansão desorganizada dos centros urbanos, além do aquecimento global, são fatores que confirmam ser praticamente impossível, a curto prazo, erradicar novamente o mosquito da dengue. O que precisamos fazer é aprender sobre este inimigo para combatê-lo. Por exemplo, identificar todo o criadouro potencial do Aedes para acabar com este risco e assim evitar que a fêmea encontre recipientes com água acumulada para depositar os ovos.

17) De quem é a responsabilidade no combate a dengue?
A responsabilidade pela execução das ações de combate a dengue é dos governos municipais, complementada pelos governos estaduais. O governo federal normatiza as ações e envia os recursos e os meios necessários para que os governos estaduais e municipais exerçam suas responsabilidades. A participação da sociedade, em atividades de mobilização social, é essencial para o sucesso das ações.

18) Apenas o setor Saúde está envolvido nas ações de combate a dengue?
Não. Esta é uma ação intersetorial e que deve contar com a efetiva participação da sociedade. Setores importantes, como Educação e Meio ambiente, por exemplo, são imprescindíveis neste processo.

19) Os recursos para combate à dengue diminuíram?
Não. O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), lançado em julho de 2002, prevê recursos da ordem de R$ 1 bilhão por ano para as ações de combate à endemia, o que representa um investimento de cerca de R$ 2,7 milhões por dia.

20) Existe algum plano de combate à dengue no Brasil?
O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, lançou, em 24 de julho de 2002, o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). O principal objetivo é fazer a prevenção para reduzir, ao máximo, o número de casos de dengue no país. O PNCD inovou nas estratégias de combate á doença, dando ênfase à promoção de ações de mobilização social para produzir mudanças no comportamento da população, buscando maior envolvimento das pessoas para eliminar focos dos mosquitos nas residências.

As metas do PNCD são: reduzir a menos de 1% a infestação predial pelo Aedes aegypti em todos os municípios brasileiros; reduzir em 50% o número de casos em 2003, em relação a 2002, e em mais 25% nos anos seguintes; e a menos de 1% os óbitos por dengue hemorrágica.


Fonte: SES - DF

05 outubro 2011

Anvisa mantém sibutramina e cancela anfetamínicos



Diretores do colegiado da Anvisa decidiram pelo cancelamento dos medicamentos femproporex, mazindol e anfepramona

A Diretoria Colegiada da Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde, decidiu nesta terça-feira (4/10) pela retirada dos medicamentos inibidores de apetite do tipo anfetamínico do mercado e pela manutenção da sibutramina como medicamento para o tratamento da obesidade com a imposição de novas restrições.
De acordo com a decisão dos diretores, os medicamentos femproporex, mazindol e anfepramona terão seus registros cancelados, ficando proibida a sua produção, o comércio, a manipulação e o uso destes produtos. Estes três medicamentos são do grupo denominado inibidores de apetite do tipo anfetamínico.
O relatório apresentado durante a reunião mostra que o uso dos anfetamínicos está  baseado na prática clínica, que é o tipo de evidência menos consistente e menos segura segundo os padrões atuais para registro de medicamentos. O texto informa ainda que há evidências de eventos adversos graves, que associadas à ausência de dados confiáveis de segurança justificaram a decisão dos diretores.
Em relação à sibutramina, a decisão da diretoria da Anvisa, por três votos a um, foi de manter o medicamento no mercado com a inclusão de novas exigências e mais restrições para o uso do produto. O relatório apresentado pelo diretor-presidente, Dirceu Barbano, informa que o perfil de segurança da sibutramina é bem identificado e conhecido, o que permite identificar pacientes que podem ter algum ganho a partir do uso da substância. Uma das restrições que será estabelecida é a descontinuidade do uso da sibutramina em pacientes que não tiverem resultados após quatro semanas de uso do produto.
No processo de 643 páginas, elaborado ao longo dos últimos oito meses, os técnicos da Anvisa reuniram todos os dados disponíveis de estudos sobre os medicamentos do tipo anfetamínico e a sibutramina.
Histórico
Em outubro do ano passado, a Câmara Técnica de Medicamentos, uma instância consultiva, sugeriu à Anvisa a retirada dos inibidores de apetite do mercado. Em fevereiro deste ano, a Agência realizou uma audiência pública para discutir o risco e a eficácia dos medicamentos inibidores de apetite. Desde então foram realizadas duas audiências públicas no Congresso Nacional e um painel técnico-científico internacional pela própria Anvisa.
Além disso, a Agência realizou uma teleconferência no último mês de setembro com a agência para medicamentos e alimentos norte-americana, o FDA, para levantar informações sobre o uso da sibutramina naquele país e sua posterior proibição.
A discussão teve início por conta da publicação do estudo Scout que trouxe novas informações sobre os riscos e eficácia da sibutramina. Por esta razão o país iniciou um debate sobre este medicamento e os medicamentos do tipo anfetamínicos.
Opinião da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
De acordo com o Dr. Ricardo Meirelles, presidente da Comissão de Comunicação Social da SBEM,a Sociedade é contra a retirada de qualquer um destas medicamentos neste momento. "Existem, atualmente, poucas alternativas de tratamento da obesidade, que é uma doença grave que necessceita de avaliação caso a caso. Dessa forma, retirar recursos terapêuticos apenas prejudica o tratamento de pacientes que precisam perder peso", afirmou. 
Em relação ao aumento do controle da sibutramina, o endocrinologista acredita que também pode ser prejudicial no tratamento da obesidade. "A informação que tive é que a complexidade será grande e que tanto o paciente, quanto o médico, deveriam assinar um termo de consentimento, o que não faz o menor sentido. É importante, sim, que os especialistas que prescrevem o medicamento saibam respeitar todas as contraindicações", disse.
Para o Dr. Ricardo, a manutenção da sibutramina é fruto de um trabalho de esclarecimento e informação sobre os reais beneficios e riscos dos medicamentos.
Para a presidente da Abeso, Dra. Rosana Radominski, "a retirada de três dos quatro medicamentos de ação central, e  maior restrição do uso da sibutramina  deixarão um grande número de obesos sem opção terapêutica". A endocrinologista, que está no Congresso Americano de Obesidade, comentou pela internet a decisão: "Os pacientes com menor poder aquisitivo serão os mais prejudicados, porque não poderão obter o único medicamento que não têm ação central (orlistate) tendo em vista seu alto custo.  O Conselho Federal de Medicina em conjunto com o Ministério Público entrarão com uma liminar para suspender a decisão tomada pela ANVISA".
Fonte: SBEM

07 setembro 2011

II Encontro Nacional dos Estudantes Antimanicomiais



Fruto da organização de profissionais, usuários, familiares e diversos membros da sociedade civil, a Luta Antimanicomial vem, a mais de duas décadas, buscando discutir e acrescentar ao processo da Reforma Psiquiátrica, iniciada na década de 90.
Ser um Antimanicomial nos dias de hoje significa muito além da desinstitucionalização, também conhecida como a desospitalização da loucura. A redução dos leitos e conseqüentes hospitalizações a longo prazo em instituiçõess psiquiátricos requerem um esforço conjunto de áreas diversas, como a saúde, a educação e a justiça, para que o retorno dos ‘loucos’ à sociedade dê-se de forma efetiva, garantindo-lhes não apenas o controle de sua ‘patologia’, mas também os seus direitos civis e sociais.
Como continuação da discussão realizada em Porto Alegre, durante o I Encontro Nacional dos Estudantes Antimanicomiais, os estudantes brasilienses tomaram como desafio a liderança de uma nova discussão, voltada à importância de uma ação intersetorial para que seja assegurada a consolidação efetiva do processo da Reforma Psiquiátrica, que ainda apresenta grandes falhas, que envolvem desde aspectos assistenciais, até os burocráticos e políticos.
Para a Capital, essa temática assume especial importância, dados os dados estatísticos que a colocam como a pior em cobertura nos serviços de atenção psicossociais – CAPS. Todos que na cidade residem, tem como obrigação cobrar, lutar e contribuir para que os usuários tenham uma atenção integral, conforme estabelecida pelas diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Venha e contribua você também para a mudança realidade. Estudantes, familiares, profissionais, acadêmicos e todos os outros membros da sociedade serão de valiosa importância para a construção de novas ideias.

Mais informações: 2eneama.blogspot.com

Hévane dos Santos
Comissão Organizadora do II ENEAMA
Equipe de Comunicação
Equipe de Metodologia do Encontro

31 julho 2011

Uma nova opinião sobre a farmacoterapia do HIV


"A medicação precoce dos portadores de HIV reduz 96% o risco de transmissão do vírus da AIDS". É o que noticia a Revista Veja dessa semana, fazendo referência à pesquisa (HPTN 052) comandada pelo infectologista americano Myron Cohen, da Universidade da Carolina do Norte com os resultados apresentados na 6ª Conferência da Sociedade Internacional de AIDS, realizada em Roma.  O usual (isso é visto na disciplina Farmacologia) é que a farmacoterapia comece a ser considerada quando  pacientes assintomáticos apresentem contagem de células CD4  entre 200 e 350 células/mm. Assintomáticos com CD4 menor que 200 células/mm e sintomáticos inciam tratamento. 
 O que a pesquisa indica é que  iniciar o tratamento mesmo antes do paciente apresentar os sintomas, diminui drasticamente o risco de transmissão do HIV.  Essa corrente é reforçada pelo médico Scott Hammer, no editorial da The New England Journal of Medicine. Segundo o infectologista brasileiro Artur Timerman, outros estudam apontam que se o paciente é tratado quando as taxas de CD4 ainda estão normais, a sua expectativa de vida se iguala a de uma pessoa não infectada pelo HIV.
O estudo HPTN 052 foi realizado com 1763 casais discordantes( apenas um dos parceiros está infectado) entre 26 e 40 anos com duranção de 6 anos. A metade foi tratada precocemente. Do total geral, 28 pessoas transmitiram o HIV para seus parceiros, sendo que apenas 1 pessoa era do grupo tratado precocemente.

Fonte: Revista Veja, citando The New England Journal of Medicine.

02 março 2011

HPV na população masculina


Imagem por Revista Viva Saúde (UOL)
    
   As doenças sexualmente transmissíveis afetam homens e mulheres de todas as idades, etnias e classes sociais. Muitas vezes essas doenças podem não apresentar sintomas e isso se traduz num grande risco para a disseminação das mesmas, pois uma pessoa que tem uma DST pode transmitir a doença para outras pessoas sem ao menos saber que está infectada.
      Com destaque entre as DST está o HPV, Papiloma Vírus Humano, que em alguns casos pode acarretar em câncer de colo de útero. Estima-se que  universo de mulheres infectadas cerca de 3% a 10% estão com um tipo de HPV de alto risco e irão desenvolver câncer de colo de útero.(INCA)
      Embora as ações de saúde tenham quase sempre como foco as mulheres, uma recente pesquisa internacional identificou alto índice de prevalências nos homens. No total, participaram da pesquisa 1.159 homens, com idade entre 18 e 79 anos, todos residentes na cidade de São Paulo, no sul da Flórida e em Cuernavaca, no México. Enquanto o percentual de infecções em mulheres não passe de 20%, a pesquisa apontou cerca de 50% de infecções nos homens. Do total de homens infectados, 30% estavam com variações do HPV ligados ao surgimento de câncer. Como o o HPV não está somente no sêmen (ele também está presente na pele ou mucosas), o uso de preservativos não é tão eficiente na prevenção com como HIV, ou seja, não é preciso que haja penetração, basta apenas o contato.
        No Brasil a pesquisa foi coordenada por Luisa Villa, pesquisadora na filial de São Paulo do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer.

Fontes: O Estado de São PauloG1Sociedade Brasileira de Infectologia







27 fevereiro 2011

AIDS - Campanha mobiliza mulheres jovens na prevenção da aids

O foco das ações neste Carnaval são as meninas e mulheres dos 15 a 24 anos. Campanha também incentiva a testagem rápida

 
Foto: Renato Oliveira/Ministério da Saúde
Ousadia para falar às jovens na faixa etária de 15 a 24 anos sobre prevenção às DST, aids e hepatites. Esse é o tom da campanha do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde para o carnaval de 2011, lançada nesta sexta-feira (25) na quadra da Escola de Samba do Salgueiro, no Rio de Janeiro. A ideia é que as mulheres possam incentivar o parceiro a usar a camisinha nas relações. A medida visa tê-las como aliadas da Saúde para sensibilizar a geração atual a se cuidar e fazer sexo protegido. A campanha também foca a testagem do HIV. 

“As meninas entre 15 e 19 anos estão entre os grupos mais vulneráveis ao HIV/aids. Por isso, a campanha busca dialogar com essas mulheres e meninas. Para fazermos esta campanha, pesquisamos o que elas sentem. E elas sentem que, se pedem para usar camisinha, vão ser mal vistas. Têm medo de perder o namorado e o carnaval”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no lançamento. “Usar camisinha não é desrespeitoso. Não existe nada mais respeitoso do que perder a vida”. 

O ministro submeteu-se ao teste rápido para diagnóstico do HIV. A intenção foi mostrar à sociedade a importância de um simples furo no dedo para o diagnóstico precoce da doença. “Não dói, é sigiloso, rápido e seguro”, ressaltou Padilha. O cantor pernambucano Reginho, autor da música “Minha Mulher Não Deixa Não”, também participou do lançamento. O ritmo vai embalar os jingles da campanha do Ministério da Saúde neste carnaval. 

Alinhadas com o Dia Internacional da Mulher, as mensagens da campanha sugerem mudança de hábito na forma como a população geral lida com questões como confiança e entrega. Entre os fatores que fazem com que a mulher abandone o uso de preservativos estão mitos relacionados à falsa percepção de segurança nos parceiros: a necessidade de provar que ama o parceiro ou que confia nele, a idealização romântica, o julgamento pela aparência, a vontade de se entregar. 

A campanha exalta a participação das jovens na negociação do uso do preservativo, demonstrando que o insumo pode ser um aliado na relação. Veiculadas nos meios de comunicação durante a maior festa popular brasileira, as peças serão voltadas principalmente às mulheres de baixa renda. 

Pela primeira vez, a campanha é dividida em três filmes, a serem transmitidos pela TV e internet em momentos distintos. No primeiro, antes do carnaval (de 25 de fevereiro a 04 de março), um grupo de amigas lembra a importância de ter a camisinha. No segundo, durante a festa (de 5 a 8 março), elas reforçam o uso do preservativo na hora da relação. Na veiculação do terceiro filme (9 a 20 de março), o mesmo grupo de meninas se encontra depois da folia e orienta quem fez sexo desprotegido a realizar o teste de aids. Para ver as peças da campanha, acesse o link: www.aids.gov.br/campanha/carnaval-2011 . 

MAIS MENINAS COM AIDS – O alerta ao público jovem sobre vulnerabilidades ao HIV/aids ampara-se em dados epidemiológicos do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde. De acordo com o Boletim Epidemiológico 2010, os casos de aids em homens e mulheres jovens, de 13 a 19 anos, de 1980 até junho de 2010, correspondem a um total de 12.693. Nessa faixa etária, o número de casos de aids é maior entre as mulheres: oito casos em meninos para cada dez em meninas, enquanto que nas demais faixas etárias o número de casos de aids é maior entre homens do que entre mulheres. 

Em relação ao uso da camisinha, a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP - 2008) mostra que, entre jovens de 15 a 24 anos, as meninas estão mais vulneráveis ao HIV. Em todas as situações, os meninos usam mais preservativo do que elas. Na última relação sexual com parceiro casual, o percentual de uso da camisinha entre as meninas é consideravelmente mais baixo (49,7%) do que entre os meninos (76,8%). Quando o relacionamento se torna fixo, apenas 25,1% delas utilizam a camisinha com regularidade; entre eles, o percentual é de 36,4%. 

FIQUE SABENDO – O teste rápido do Fique Sabendo, para diagnóstico do HIV, pode ser feito nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) – veja endereços no link abaixo. Antes e depois da testagem, a pessoa passa por aconselhamento e orientação, com o objetivo de facilitar a interpretação do resultado. O teste deve ser feito no mínimo 30 dias após a situação de risco. Se o resultado for positivo, a pessoa pode fazer acompanhamento nos serviços de saúde e começar o tratamento no momento mais adequado. Esse cuidado se reflete na qualidade de vida de quem vive com HIV/aids. 

A recomendação vale para relação sexual desprotegida (inclusive sexo oral) e uso de seringas ou agulhas compartilhadas. As mulheres que desejam engravidar são aconselhadas a conhecer sua condição sorológica. A medida pode evitar a transmissão vertical do HIV e das hepatites (de mãe para filho). Mulheres com resultado positivo que iniciam o tratamento o quanto antes têm menos chances de passar as doenças para o bebê. 

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o vírus da aids. Dessas, 255 mil nunca teriam feito o teste e por isso não conhecem sua sorologia.