13 outubro 2011

Chuvas - Aumenta a preocupação com a dengue





1) O que é dengue?
A dengue é uma doença febril aguda. A pessoa pode adoecer quando o vírus da dengue penetra no organismo, pela picada de um mosquito infectado, o Aedes aegypti.

2) Quanto tempo depois de ser picado aparece a doença?
Se o mosquito estiver infectado, o período de incubação varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.

3) Quais são os sintomas da dengue?
Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, principalmente nas articulações, e dor de cabeça. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramento, mais comum nas gengivas.

4) O que devo fazer se aparecer alguns desses sintomas?
Buscar o serviço de saúde mais próximo.

5) Como é feito o tratamento da dengue?
Não há tratamento específico para o paciente com dengue clássico. O médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a Aspirina, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.
Já os pacientes com Febre Hemorrágica do Dengue (FHD) devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente piora. Em casos menos graves, quando os vômitos ameaçarem causar desidratação, a reidratação pode ser feita em nível ambulatorial. A FUNASA alerta que alguns dos sintomas da dengue só podem ser diagnosticados por um médico.

6) A pessoa que pegar dengue pode morrer?
A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, ela é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre risco de morte.

7) Quais os cuidados para não se pegar dengue?
Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências.

8) O que devo fazer para evitar o mosquito da dengue?
Para evitar o mosquito da dengue é preciso eliminar os focos do Aedes. A FUNASA preparou uma lista das medidas que as pessoas podem adotar para evitar que o Aedes se reproduza em sua casa.

9) Depois de termos dengue, podemos pegar novamente?
Sim, podemos, mas nunca do mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda poderá ser contaminada pelas outras três formas conhecidas do vírus da dengue.

10) Posso pegar dengue de uma pessoa doente?
Em hipótese alguma. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.

11) Quantos tipos de vírus da dengue existem?
São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4, sendo que no Brasil não existe circulação do tipo 4.

12) Existe vacina contra a dengue?
Ainda não, mas a comunidade científica internacional e brasileira está trabalhando firme neste propósito. Estimativas indicam que deveremos ter um imunizante contra a dengue em cinco anos. A vacina contra a dengue é mais complexa que as demais. A dengue, com quatro vírus identificados até o momento, é um desafio para os pesquisadores. Será necessário fazer uma combinação de todos os vírus para que se obtenha um imunizante realmente eficaz contra a doença.

13) Por que essa doença ocorre no Brasil?
É um sério problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países tropicais como o nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado a características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mais de 100 países em todos os continentes registram a presença do mosquito e casos da doença.

14) O Brasil está com uma epidemia de dengue?
O Brasil registrou um grande número de casos de dengue no verão 2001/2002. Mas a situação de "epidemia" só se caracterizou no estado do Rio de Janeiro. Outros estados, como Pernambuco e Mato Grosso do Sul, por exemplo, experimentaram um considerável aumento no número de casos, sem caracterizar epidemia.

15) O inseticida aplicado para matar o mosquito de dengue funciona mesmo? E o fumacê?
Sim, os produtos funcionam. Tanto os larvicidas quanto os inseticidas distribuídos aos estados e municípios pela FUNASA têm eficácia comprovada.
Os larvicidas servem para matar as larvas do Aedes. São aqueles produtos em pó, ou granulado, que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d’água, ou seja, naqueles lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.
Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas do fumacê, que matam os insetos adultos enquanto estão voando, pela manhã e à tarde, porque o Aedes tem hábitos diurnos. O fumacê não é aplicado indiscriminadamente, somente quando há alta infestação do Aedes aegypti, ou seja, quando tem muito mosquito da dengue em determinada região da cidade. Desse modo, o fumacê pode ser considerado um recurso extremo, porque é utilizado num momento de alta infestação do mosquito, quando as ações preventivas de combate à dengue falharam ou não foram adotadas.
Algumas vezes, os mosquitos e larvas desenvolvem resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é imediatamente substituído por outro.

16) O mosquito da dengue pode ser erradicado?
O Aedes aegypti foi considerado erradicado no Brasil em duas ocasiões, nas décadas de 50 e de 70. Mas este resultado não foi obtido em outros países do continente americano, como os Estados Unidos, Venezuela e as ilhas do Caribe, mantendo o Brasil sob permanente risco de reinfestação. Nos anos de 1986/87 ocorreu um grande surto de dengue no Brasil, o primeiro a cruzar as divisas estaduais, atingindo principalmente as populações de Alagoas, Ceará e Rio de Janeiro. O crescimento da indústria de embalagens descartáveis e a expansão desorganizada dos centros urbanos, além do aquecimento global, são fatores que confirmam ser praticamente impossível, a curto prazo, erradicar novamente o mosquito da dengue. O que precisamos fazer é aprender sobre este inimigo para combatê-lo. Por exemplo, identificar todo o criadouro potencial do Aedes para acabar com este risco e assim evitar que a fêmea encontre recipientes com água acumulada para depositar os ovos.

17) De quem é a responsabilidade no combate a dengue?
A responsabilidade pela execução das ações de combate a dengue é dos governos municipais, complementada pelos governos estaduais. O governo federal normatiza as ações e envia os recursos e os meios necessários para que os governos estaduais e municipais exerçam suas responsabilidades. A participação da sociedade, em atividades de mobilização social, é essencial para o sucesso das ações.

18) Apenas o setor Saúde está envolvido nas ações de combate a dengue?
Não. Esta é uma ação intersetorial e que deve contar com a efetiva participação da sociedade. Setores importantes, como Educação e Meio ambiente, por exemplo, são imprescindíveis neste processo.

19) Os recursos para combate à dengue diminuíram?
Não. O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), lançado em julho de 2002, prevê recursos da ordem de R$ 1 bilhão por ano para as ações de combate à endemia, o que representa um investimento de cerca de R$ 2,7 milhões por dia.

20) Existe algum plano de combate à dengue no Brasil?
O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, lançou, em 24 de julho de 2002, o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). O principal objetivo é fazer a prevenção para reduzir, ao máximo, o número de casos de dengue no país. O PNCD inovou nas estratégias de combate á doença, dando ênfase à promoção de ações de mobilização social para produzir mudanças no comportamento da população, buscando maior envolvimento das pessoas para eliminar focos dos mosquitos nas residências.

As metas do PNCD são: reduzir a menos de 1% a infestação predial pelo Aedes aegypti em todos os municípios brasileiros; reduzir em 50% o número de casos em 2003, em relação a 2002, e em mais 25% nos anos seguintes; e a menos de 1% os óbitos por dengue hemorrágica.


Fonte: SES - DF

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